O sistema de motilidade ocular é complexo. Participam dele um conjunto de 12 músculos extraoculares que, por sua vez, são inervados por ramos de três pares de nervos cranianos. Os estímulos nervosos a esse sistema de motilidade estão intimamente ligados à qualidade da visão e a um complexo sistema de estímulos e respostas do córtex visual. Por isso, qualquer alteração em algum dos componentes desse sistema pode levar ao desenvolvimento de um estrabismo.

Alterações anatômicas e/ou funcionais nos músculos extraoculares ou nos ramos que inervam esses músculos podem ser a causa de um estrabismo. Mas não somente elas, alterações no próprio córtex visual (a nível de sistema nervoso central) ou nas vias aferentes e eferentes da visão também podem ser a causa. Outras possibilidades são alterações congênitas relacionadas às próprias capacidades do sistema visual.

Dessa forma, é mais apropriado dizer que várias são as possíveis causas de um estrabismo. Através de uma boa história clínica, exame físico adequado e, em alguns casos, alguns exames complementares, um médico oftalmologista especialista nessa área pode determinar a causa específica do estrabismo que um paciente apresenta.

Uma vez que as causas de um estrabismo são múltiplas e bastante distintas entre si, o tratamento também é determinado caso a caso. Alguns pacientes precisam apenas de óculos adequados para resolução do estrabismo, já para outros pode ser necessária uma intervenção cirúrgica. Pacientes que estejam com prejuízo no desenvolvimento visual podem precisar também de terapia oclusiva (uso de um tampão ocular de acordo com a indicação médica).

O diagnóstico também é feito caso a caso, mas na enorme maioria das vezes uma única consulta com um exame físico específico é suficiente para confirmar ou descartar uma suspeita de estrabismo.